"Fragmentos, Lembranças Fragmentadas."
O tempo passa numa velocidade vertiginosa, como se fosse um bólido, a vida segue a correr, ora boa, ora amarga de tristezas e alegrias tamanha. Vivo fechado em mim mesmo, enquanto todos perguntam da minha infância, da qual resta apenas fragmentos. Minha infância foi levada por um tempo devastador, ao levar minha infância foi uma parte de minha existência. A parte que restou é consequência da devastação causada em mim.
Eu tenho dúvidas o tempo todo, sigo prisioneiro, atormentado, sou refém do sofrimento constante, sinto - me tão distante de tudo e de todos, distante até de mim mesmo. Não há como reparar os erros, e enganos, os danos causados. Maldigo um tempo devastador.
Todos perguntam da minha infância, da qual, restam tão somente fragmentos e lembranças fragmentadas. São lembranças amargas, que doem no corpo e na alma. Não compreendo minha mente, não tenho controle dos meus pensamentos, que voam livres no espaço e no tempo, sem me pedir permissão, agem soberanos como um deus, livre pelo espaço e no tempo.
Enquanto eu sigo aprisionado pelos tormentos, cativo dos pensamentos afoitos, atrevidos, sofre minha pobre alma, na minha pobre existência. Resta - me tão somente fragmentos e lembranças fragmentadas, que atormentam minha alma. Eu sigo com minhas dúvidas: Será o ser humano um marionete, um fantoche manipulado pelos deuses?...
Crônica de: José Maria Lopes Silva.
Relato do próprio autor descrevendo sua infância na cidade do Recife, a Veneza brasileira.
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