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A Crônica Versada Com Rímas Ricas da Malandragem do Morro Carioca.



A Crônica Versada Com Rimas Ricas da Malandragem do Morro Carioca.

Dizem os poetas, que os morros cariocas estão pertinho do céu. Tião valente nascido e criado no morro de Vila Isabel, terra de Noel Rosa, a Vila que faz samba como ninguém. O samba no morro não tem pra ninguém, o samba é o trem chegando na estação e partido, o samba é lindo, é a voz do morro, aquece a alma do povo, o samba de Vila Isabel, raízes de Noel,  feitiço da Vila. Tião valente moleque malandro arredio, era fio desencapado, seu irmão da malandragem praticava assaltos e arrastão no trem da central. Caraca moleque encara a bagaça com a arma na mão entra na dança, em Sampa Tião valente fugitivo da Febem, a casa que mudou de nome, juntaram a fome com a vontade de comer, bobeou dançou, caraca moleque escapou da rota, da morte certa, ligou o sinal de alerta. Tião valente acha a vida uma droga, a rota no seu encalço a toda hora. Tião valente não teve a propalada educação pedagógica, a Febem nunca educou ninguém, os moleques eram a peste, lá na casa dos horrores, viveram no inferno apanhando com barra de ferro no corredor da morte. A cada rebelião baixava a tropa de choque com o cassetete pedagógico, método antigo de educação a provocar rebeliões, fuga dos moleques entregues a própria sorte, vítimas da pena de morte, a prática da polícia atira pra depois perguntar, quem der sopa pro azar, vira presunto. A sociedade estupida clama sem ter a mínima noção, fazem um carnaval, pedem a "Redução da Maioridade Penal" Uma sociedade feia, querem os moleques na cadeia a qualquer custo, pra desfilarem com os seus carros de luxo, exibirem suas joias, e todo ouro o tesouro vale muito mais do que a pobreza.
 
Crônica de: José Maria Lopes Silva.


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