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Mudam-se os Tempos, os Costumes e as Pessoas.



Mudam-se os Tempos, os Costumes e as Pessoas. Ontem eu me peguei rindo de mim mesmo, por comparar o tempo passado com o presente, algo um tanto incompatível. O passado de boas lembranças ficou para trás. Recordo com saudade do lampião de gás à Maria fumaça, o radio a válvula, chamado de rabo quente, por esquentar bem mais do que o ferro a carvão. São boas lembranças, gostosas recordações do passado, do bonde aberto com o reboque, o bonde camarão, as jardineiras e a Maria fumaça tocada a lenha, soltando brasa pra todo lado, as faíscas iam queimando a roupa das pessoas, era uma coisa maluca. Recordar o passado trás saudade dos bailes da vida, do forró e do baião de Luís Gonzaga, era forró pra todo lado. Saudade e recordações do passado. Lembro-me dos meninos pobres, internos do colégio, ajudando os funcionários na limpeza. A tarefa não era nada fácil, o escovão pesado com palha de aço removia a cera velha do assoalho, depois aplicava a cera novamente, o velho escovão pesado com a franela  dava brilho no assoalho, que brilhava feito um espelho. A enceradeira era coisa para pessoas ricas. Ontem eu me peguei rindo de mim mesmo, hoje fico assombrado com o progresso do mundo, da alta tecnologia, das ferramentas modernas fantásticas, que as crianças de hoje brincam com a maior naturalidade. No mundo globalizado a maravilha da internet, contam os amigos as proezas do trem bala feito, que passa feito um bólido, coisa maravilhosa, além dos aviões moderníssimos. Olhando para o passado, eu posso ver o bonde puxado  burro, as jardineiras rodando da cidade aos bairros. Recordo São Paulo antigo da garoa, dos deuses da chuva. Recordo São Paulo da garoa, do frio gélido, cortando o rosto do cristão. Enfim, recordo um tempo distante onde fui feliz.
 
Crônica de: José Maria Lopes Silva.
 
 

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