A Surpresa Desagradável: Putzgrila...

                         A Surpresa Desagradável: Putzgrila...

Tem certas coisas que acontece na vida, que não tem explicação, e acaba fugindo completamente da nossa compreensão. É o caso típico de certas afinidades. Toninho malvadeza e Marinho encrenca, os pestinhas eram o cão chupando manga, o melhorzinho era o amigo  Hortêncio Alberto conhecido como flozor, amigos inseparáveis desde a infância. Eles cresceram juntos, eram unha e carne, amigos de verdade, sempre andavam juntos. Os pestinhas frequentavam a mesma escola, a mesma classe, sempre dando muito trabalho aos professores, alunos travessos, costumavam aprontar das suas, os pestinhas não tinham limites, eram terríveis, brigavam no recreio, e na rua, estavam metidos em todo tipo de confusão, era um deus nos acuda.  Os pestinhas estavam para infernizar a qualquer pessoa, o boletim dos pestinhas revelava bem o comportamento dos amigos, as notas todas em vermelho, causando dor de cabeça aos seus pais. Era triste, mas os pestinhas era um caso perdido. Os amigos unha e carne, cresceram, tornaram-se adolescentes, não mudaram muito em relação ao comportamento. Toninho malvadeza, Marinho encrenca, e o flor viviam correndo atrás de pipa, de balão, atiravam pedras no telhado dos vizinhos, era um verdadeiro inferno, os vizinhos torciam o nariz para os demônios do bairro, com esperança que eles fossem recolhidos pela FEBEM, os pestinhas eram endiabrados e insuportáveis. Os jovens pestinhas inseparáveis passavam o dia inteiro na correria atrás de pipa, era uma gritaria infernal de manda busca, naturalmente acontecia as escaramuças com outros garotos da rua, também atrás de pipa. A rua não era uma coisa boa, muito pelo contrário, era escola da malandragem, coisa complicada. Os pestinhas endiabrados, verdadeiros demônios, viviam correndo pelos matos afora atrás de passarinhos, alçapão e arapucas armadas pra todo canto para pegar sabiá, colerinha e trinca ferro, enfim, o que caísse nas armadilhas estava de bom tamanho. Até acontecer a surpresa desagradável, o episódio  terrível, apanhando os pestinhas desprevenidos, parecia que era o dia de azar dos capetinhas. Diz bem o ditado: tem o dia da caça, e outro do caçador, Toninho malvadeza corria na frente atrás de passarinho, de repente, gritos de horror: - putzgrila pisei num formigueiro, seguido dos palavrões, antes fosse um formigueiro, Toninho malvadeza tinha pisado num ninho de cobra, jararaca do papo amarelo, o infeliz foi picado de imediato, gritava de dor, e de pavor, pedindo para os amigos chupar o veneno de sua perna. Os amigos retrucaram: - dane-se você, está louco, nem pensar. Toninho malvadeza sentiu a vista escurecer e soava frio, estatelou-se ao chão desfalecido, os amigos o socorreram, flor, o boiola  tratou logo de fazer a respiração boca a boca, prestando socorro ao amigo, enquanto Marinho encrenca chupava o veneno da perna do amigo vitimado, ainda desacordado. Marinho irritado gritou para o flozor: - hello, é pra chupar o veneno da perna do cara.  O socorro não tardou, ambos foram levados para o hospital mais próximo, lá passaram uma semana em estado grave. Felizmente dados como salvos, ficou o trauma e o pavor de bicho cumprido, uma simples corda largada no chão lhe causava pavor, onde se diz, cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça. O caso ficou famoso no Município de Embu Guaçu. E quem conta um conto, aumenta um ponto, dizem que os jovens pestinhas, travessos, foram atacados por uma cascavel de três metros com quinze guizos. Há quem jure pelo sagrado que os jovens pestinhas foram laçados por uma sucuri de quinze metros, os pestinhas foram salvos por soldados do Exército que chegaram a tempo de socorrer os demônios. A repercussão desse caso correu o Município de Embu Guaçu. Quem conta um conto, aumenta um ponto, essa história deu no que deu.

 

Crônica de: José Maria Lopes Silva
Caso verídico ocorrido no bairro do Cipó Guaçu, o personagem, Antônio Diamante, o namorador, Toninho pedreiro, irmão do Dede Diamante, o Táta Schweinsteiger,  Corintiano doente.