As Marcas Que o Tempo Fez

          As Marcas Que o Tempo Fez

 

 

Eu vou seguindo minha trajetória um tanto atribulada, um tanto árdua e inglória, vou marcando minha história, minha pobre existência. Eu ando de certa forma, um tanto perdido nos labirintos de mim mesmo, ando perdido no tempo e espaço, aterrorizado com o tempo inexorável implacável, impiedoso. Eu trago minha carne e a alma dilaceradas, e as marcas do ferro em brasa a me torturar, sofro da vida o açoite. Eu trago a carne dilacerada pelo tempo devastador que levou minha doce infância querida, e a minha juventude primaveril repleta de sonhos e fantasias. Minha doce infância, tempo de encantos, de magia e esperança. Tempo do qual sinto saudade. O tempo devastador levou a minha mocidade, e boa parte da minha existência. Um tempo que só deixou reminiscências em mim. Eu trago na memória lembranças fragmentadas e tantas coisas adormecidas, sangram as chagas das feridas abertas. Há em mim, o temor dos temporais, da fúria do mar bravio, das ondas revoltas. Da minha boca o silêncio profundo e absoluto, pelo temor do tempo inexorável. Eu sigo perdido nos labirintos do meu "Eu", mergulhado nas incertezas, questões aborrecidas, eu sigo sem compreender a vida, o mundo, o ser humano, e a mim mesmo. Eu sigo na vida com a alma desnuda, sinto-me ilhado tentando fugir das vaidades tolas. Eu sigo a mercê do destino, do próprio ego. Eu bem que queria ser um renascente à exemplo da grande Fênix, para recomeçar minha trajetória, ciente de ser as ilusões efêmeras, na minha pobre existência, o imponderável, o meu calvário e minha cruz. Eu preciso de uma luz para refletir a vida, o mundo, o ser humano e a mim mesmo, visto que o tempo devastador levou os meus melhores momentos, uma boa parte da minha existência, se é que algo restou.

 

Crônica de: José Maria Lopes Silva

Crônica que Oferto carinhosamente a Querida Amiga Poeta, Emily Moura, sensível, ser humano bonito, compartilhamos o amor e os nossos dramas, as nossas aflições, desta vida passageira, da qual incluímos um pouco de lirismo e poesia, esperança e Utopia.