Loyola Chapelão, O Jovem Rebelde.
Era o ano da graça de mil novecentos e cinquenta e dois em São Paulo da garoa, dos deuses da chuva, e dos grandes sucessos dos Demônios da Garoa, queridos dos paulistas e paulistanos. O jovem Milton Loyola dava entrada no colégio Lar da Fraternidade na condição de interno. O jovem Loyola, natural da bela cidade de Jaú, do estado de São Paulo. O jovem Milton Loyola filho de pai fazendeiro, no entanto não lhe ajudava muito, visto que o jovem foi vítima da paralisia infantil quando era bebê, nada pode ser feito para salvar o bebê desta doença cruel, não só o jovem Loyola outras crianças também foram vítimas desta doença traiçoeira, de um mal sem cura, hoje felizmente a paralisia infantil foi erradicada no Brasil. Porém na época, a solução encontrada pela família foi a internação do jovem Loyola numa instituição de crianças e adolescentes com deficiência física, atualmente se diz: pessoas com necessidades especiais. O adolescente Loyola era rebelde por natureza, um burro empacado revoltado contra o mundo, além de ser bem arisco desconfiava de tudo e de todos, diga-se: era um bicho do mato com justa razão, Loyola era um capiau. Os colegas internos bem que tentavam compreende-lo, dentro do possível, chapelão era um jovem complicado, amargo como jiló. Milton Loyola usava um sombreiro mexicano que não o tirava por nada, onde ganhou o apelido de chapelão, do qual ele detestava, para o azar dele o apelido pegou, e o jovem Loyola perdeu o seu nome, era chapelão pra cá, chapelão pra lá, ele teve que se acostumar com o apelido engraçado. Chapelão o rebelde sem causa, brigava por qualquer razão, o capiau era tão rebelde que se recusava usar o aparelho ortopédico que era um ganho para ele, que antes vivia se arrastando pelo chão. Chapelão tinha uma grande alegria, a sua paixão era o XV de Jaú que tinha um time forte com Silas, Nestor, Ribamar e outros. Os colegas para tira-lo do sério, diziam que o XV bom mesmo era o Nhô Quim, conhecidíssimo XV de Piracicaba, Chapelão queria matar os colegas engraçadinhos, a paixão do chapelão era de fato o seu amado XV de Jaú, e ponto final. O tempo passou, tantas coisas mudaram até o colégio decretou falência, os tempos eram outros. Um belo dia num encontro casual entre dois amigos próximos ao amigo chapelão, a triste notícia: O amigo chapelão, o rebelde tinha morrido na sua querida Jaú e perto da sua paixão, o XV de Jaú. Que deus o tenha na sua glória.
Crônica de: José Maria Lopes Silva.
História real do jovem rebelde chapelão, amargo que nem jiló, mas um bom amigo.
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