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A Alegria do Carnaval do Recife.



                                 A Alegria do Carnaval do Recife.
 
Em época de carnaval o povo entusiasma-se bem antes do tempo, os blocos carnavalescos ainda cuidavam dos preparativos para um desfile apoteótico, para encher de orgulho seus adeptos, velhos foliões. O carnaval pernambucano seguia a velha tradição, o mês inteiro de folia. E para justificar essa máxima, diziam que o bom da vida é ter alegria, brincar, e espairecer. A vida é alegria, e dela nada se leva, carnaval é momento de alegria e de extravasar, de esquecer as mágoas. Nada melhor e mais proveitoso que dançar o frevo rasgado. Passistas que se presa, brinca com uma mini sombrinha colorida nas mãos mostrando que é filho da terra. A alegria era tudo para aquela gente. Era daquela maneira que eles esqueciam as mazelas do país. Já que não entendiam os Brasis tão diversos, bem diferentes do ideal, os Brasis da disparidade entre as classes sociais. Diga-se de passagem, essas mazelas o povo ruminava o ano inteiro. Graças ao carnaval, encontravam um jeito de mandar tudo para o inferno. Tinham eles um meio de vingar-se de tudo, já eram vistos como meros detalhes, tanto pelos doutos da área econômica, como pela classe política, homens voltados para o próprio umbigo. Assim como os burocratas e tecnocratas. E mais todos aqueles que não gostavam do cheiro do povo. Tal argumentação por si só, justificava o carnaval, futebol, samba e a cachaça, o que confortava o povo oprimido. Feliz aquele que podia extravasar no ritmo do frevo rasgado. Na folia encontrava-se um jeito de se libertar das injustiças sociais, de tantas mazelas. Desde a época das capitanias hereditárias, herança maldita.
 
Crônica de: José Maria Lopes Silva
Do livro do autor, Um lugar ao sol, contando um pouco as mazelas do país. Era no carnaval que o povo sofrido podia extravasar, visto que ruminava as mazelas dos Brasis, o ano inteiro.

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