Histórias Cruzadas Número Dois.
Virgulino Talião natural do sertão agreste de Pernambuco, homem rude com era seu pai e seu avô, tinha a quem puxar, Virgulino era um bicho feroz, era a ignorância em pessoa. Severino Tertuliano trabalhador braçal, pau para toda obra. O sujeito trabalhava duro para o coronel Limoeiro Mangabeira, sujeito do coração duro com pedra, costumava arrancar o couro dos seus empregados, sem dó nem piedade, chegava a ser desumano. Pode-se dizer que o coronel Limoeiro Mangabeira que mantinha seus empregados no sistema do trabalho escravo, sem contar que os pobres diabos ficavam devendo até os fios do cabelo atolados de dividas no armazém do coronel Limoeiro Mangabeira. Virgulino Talião com mais dois companheiro eles conseguiram fugir da fazenda Santa Clara, os três embrenharam-se mata adentro, sem que fossem pegos pelos capangas do coronel. Vidas cruzadas, Severino Tertuliano natural do sertão de Pernambuco, região de Bocotó, perto de Ouricuri, Paramirim, Moreilândia, isso tempos atrás, falava se de um caso escabroso de bigamia, o nordestino Severino Tertuliano morava com suas seis mulheres, considerado por ele como suas legítimas esposas, ele amava a todas a sua maneira, o importante era que elas se davam bem, afinal era uma família. Todas as mulheres gostavam do companheiro Severino Tertuliano, o tipo de companheiro que toda mulher desejava ter. O nordestino Severino trabalhava na roça, embora um tanto cansado nunca deixou de dar amor a suas esposas, o cabra era danado, jamais falhou com nenhuma delas, tanto que era pai de trinta e oito filhos, era de se admirar. Severino sentia-se orgulhoso por ser um sujeito potente, contava vantagem para os colegas: - o segredo estava em tomar a bendita Jurubeba que tem gosto amargo como jiló, e comer ovos de codorna todo dia, o caboclo fica tinindo a ponto de bala, dando no couro em qualquer quarto de lua. E olha que o cabra já estava com seus oitenta e seis anos de idade.
Crônica de: José Maria Lopes Silva.
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