No Tempo Que o Lúdico Brincava na Rua.

              No Tempo Que o Lúdico Brincava na Rua.

 

O tempo passa deixando marcas, lembranças e boas recordações. Bons tempos que o Lúdico brincava na rua divertindo as crianças, que brincavam aprendendo. As brincadeiras na rua eram as mais diversas, como pega pega, esconde esconde, duro ou mole, brincar de pique, amarelinha, cabra cega, jogo de taco, e jogo de bola na rua.  Um tempo que brincar era importante para as crianças, brincavam misturados meninas e meninos, participando dos jogos tão cativantes e gratificantes para a criançada. O menino pobre Zé Ambrósio, conhecido com alemão, era o chefão da rua e das brincadeiras, alemão era quem comandava tudo, a ordem era sempre a mesma que partia do Lúdico: - Brincar... brincar e brincar muito para aprender e crescer feliz. Dona Malfada, via o filho crescer, já na idade de frequentar a escola, foi correndo matricular o filho Zé Ambrósio. O primeiro dia como aluno foi uma maravilha, brincou no recreio, comeu todo o lanche que a sua mãe preparou, ao voltar para casa contou as novidades para sua mãe. Zé Ambrósio o alemão, saia de casa todos os dias para ir para a escola, acabava por ficar brincando na rua, passado um mês, o menino alemão não dava as caras na escola, a professora achava estranho a ausência do garoto, resolveu chamar a mãe do menino e relatar o acontecido. O alemão compareceu a escola apenas uma vez, e nunca mais pisou na escola. Alemão fugiu da escola por vergonha dos colegas, ele era um cabeça dura, não nasceu para estudar, pediu ao pai que queria trabalhar, o que foi feito, o menino era um leão ajudando o pai. O tempo passou o alemão virou homem, casou e descasou, pai de três filhos com a primeira mulher, mais dois filhos com a segunda mulher, a pensão dos filhos jamais faltou. Alemão por mais que o estudo lhe fizesse falta, ele aprendeu a se virar, trabalhando muito no pesado, foi pedreiro, construiu algumas propriedades, mesmo tendo os alugueis, redobrava sua força no trabalho. Alemão com sério problema de coluna abandonou a profissão de pedreiro, para montar um ferro velho, trabalho redobrado, ele com a companheira. Alemão saia por esse mundo de deus cortando carcaças de carros abandonados, e tudo que era possível vender no ferro velho. A vida reserva algumas surpresas, o menino que não tinha cabeça para estudar, acabou virando um empresário bem sucedido com o seu ferro velho. O segredo do sucesso estava na força do trabalho do alemão com a companheira, ele que começou a trabalhar muito cedo.

 

Crônica de: José Maria Lopes Silva