Total de visualizações de página

O Barraco da Dona Gabriela, Casa da Mãe Joana.



     O Barraco da Dona Gabriela, Casa da Mãe Joana.
 
O tempo Senhor dos destinos e da razão, passa pelas pessoas como o vento, sem tomar conhecimento de coisa alguma, e ainda assim, tem pessoas que gostam de voltar ao passado, embora elas não estejam vivendo lá. Almiro da Silva, cansado da vida de orgia levada pelo irmão, deixou o lar, deixando tudo para trás, o jovem Almiro estudava e trabalhava, as festas promovidas pelo irmão, para ele era um verdadeiro inferno, agastado com aquela situação insuportável preferiu ir embora de casa, sua mãe não se conformava com a atitude do filho, mas era adepta das festas e bebidas, a casa vivia sempre cheia dos amigos de copo e das farras. Para Almiro era a gota d'água, o copo transbordou, só restava partir pare reconstruir uma nova vida. Da casa da mãe, no Barro Branco Santana, zona norte, para Cidade Ademar, zona sul, que era o oposto, foi morar com uma família onde pagava pensão religiosamente. Com o passar do tempo, Almiro foi acolhido como membro daquela família amiga e generosa. Almiro havia terminado os estudos,  a dedicação era apenas ao seu trabalho. Em certa ocasião a família recebeu a visita de uma bela donzela de nome Luiza Helena, Almiro da Silva se encantou com a moça, trocaram olhares, e começaram a namorar, se afeiçoaram um ao outro, era um belo romance, um belo par romântico. A donzela Luiza Helena era muito vigiada pela família, era de casa para o trabalho e do trabalho para casa, a moça era tecelã na fábrica de veludo Velnaque, em Santo Amaro. Luiza Helena trabalhava revezando os turnos, uma semana das 6:00hs as 14:00hs outra semana das 14:00hs as 22:oohs, era nesse turno que Almiro ia buscar a namorada no trabalho e leva-la para casa, era pouco tempo para namorar. Almiro começou a frequentar a casa da namorada, por opção apenas aos sábados e domingos no horário costumeiro das 20:00hs até 21:oohs, a família da moça ficava possessa, só faltava matar o Almiro, o namorado do contra, os demais namorados eram controlados pela família das moças, tanto que batiam ponto das 18:00hs as 24:oohs. Almiro contestava: - tá maluco um troço desses, nem pensar! Almiro tinha o seu jeito de ser, ninguém iria lhe botar cabresto e ponto final. Era ledo engano, ele iria conhecer o inferno de perto. A vó de Luiza Helena, dona Gabriela era uma bruxa, velha feiticeira vivia fazendo maldades a outrem, não suportava o namorada da neta, o tal Almiro, vivia xingando o infeliz de cavalo manco, por ter uma deficiência na perna, e cada dia o espaço do infeliz era menor, levar a namorada no cinema, sozinha nem pensar, era obrigada levar a irmã e a prima como companhia, o namoro foi ficando complicado. Na semana que o turno da neta acabava as 22:00hs a bruxa velha estava lá na porta da fábrica para infernizar o namorado Almiro, eles travavam um verdadeiro duelo de ofensas, a velha bruxa e o namorado da neta não se suportavam, e não tinha acordo entre eles. Até o dia que Almiro ao ser ofendido pela velha Gabriela, a bruxa feiticeira, perdeu a cabeça e queria a todo custo atirar a velha pela janela do ônibus, a velha bruxa entrou em estado de choque, Almiro disse: - que morra essa velha infeliz,  foi um verdadeiro inferno. Almiro da Silva resolveu botar um ponto final naquele namoro complicado, embora amasse a namorada, não tinha mais jeito, fim do inferno de Almiro, o intolerante. Passado alguns meses a velha dona Gabriela, a bruxa andava se arrastando com a perna dura, ela que tanto xingou o namorado da neta de cavalo manco, teve o seu castigo, andava manquitola como um cavalo manco. Aqui se faz, aqui se paga. Almiro aprendeu a lição e se conscientizou que o barraco da dona Gabriela era a casa da mãe Joana. Enquanto nas rádios tocava o sucesso de Paulo Sergio: a ultima canção,  todos juravam que era o rei Roberto Carlos que estava cantando. A Indústria Têxtil Velnac, deu lugar ao Shopping Boa Vista em Santo Amaro SP.
 
Crônica de: José Maria Lopes Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário