Recordando o Lar Escola São Francisco, Berço Acolhedor.
Eu recordo com saudade, um tempo bom que passou, saudade do berço acolhedor, do Lar Escola São Francisco, que acolhia e abrigava nos tempos de outrora, Crianças e Adolescentes carentes, com deficiência física, era grande o número de Crianças vítimas da paralisia infantil, hoje felizmente, este mal foi completamente erradicado do Brasil. A referência feita a Crianças e Adolescentes, com deficiência física, denominação pesada, felizmente emprega-se a palavra mais adequada, necessidades especiais. Acima de qualquer coisa está o valor do ser humano, que não é um incapaz, apenas devemos respeitar algumas limitações físicas, que não impede, que estas pessoas levem uma vida normal, no estudo, no trabalho e na prática de esportes. Lar Escola São Francisco, berço acolhedor, do qual, fui interno até os meus treze anos de idade, passando posteriormente com externo até os meus quinze anos de idade. Recordo o Lar Escola São Francisco, dos anos de mil novecentos e cinquenta, ano de minha internação, com propósito de colocar minha primeira prótese, uma perna mecânica, já com nove anos de idade, de posse da prótese, fui jogar bola com os colegas, e dei muito trabalho, vivia quebrando a perna mecânica, confeccionada na Oficina Ortopédica do senhor Manrrico Giovannine, na rua das Palmeiras, mudando-se posteriormente para a rua General Jardim. Enfrente ao Teatro Leopoldo Fróes, onde nas belas manhãs, a atriz Cacilda Becker, passeava pelo jardim, e sempre tinha um sorriso generoso para as crianças. Recordo com saudade, porém com alegria, uma parte da minha infância e adolescência, que ficaram para trás, no tempo que passou. Sinto saudade dos amigos queridos, tenho todos comigo, impossível lembrar o nome de todos, saudade do querido Garcia, um dos primeiros internos, monitor chefe, e mestre na Oficina de encadernação, Dr. Coelho, vítima da paralisia infantil, se formou médico, Antônio Hélio, o nosso locutor esportivo, Alexandre Santos, Moacir, massagista, Pereirinha, pintor de renome, de belas telas, retratando Campos de Jordão. Mario Brandino, o rei do jogo de botões, depois perdeu a coros, passando para este que escreve, o maioral aos doze anos. O lar Escola São Francisco, tinha diversas Oficinas, Encadernação, Marcenaria, Oficina do Vime, Sapataria, A sala de Artes, da qual eu era apaixonado. Saudade da dona Conceição, governante, Dr. Camargo, Padre Luiz, maravilhoso com as crianças do Lar Escola. Saudade dos rebeldes, Milton Loyola, o chapelão, Benedito Aparecido, o negrão, Tomás, São Paulino doente, Vital, Ademir, Domingos Sanches, Cordeiro, Celeste, Hermínio, Washington, Dorival, Paulinho, Zezinho, João Pedro, gaúcho, Nivaldo, cantador e tocador de viola, João Amâncio, João Átima, índio
Luís Garófalo, Nelsinho, Rubinho, Levi, Joel, Luís Gonzaga, e muitos outros que eu trago comigo, mas, a memória acaba me traído. Saudade das Professoras Queridas: Dona Helena, dona Ester, dona Lizete, dona Gilda, dona Lilian, dona rosa, Professoras maravilhosas, porém enérgicas.
Crônica de: José Maria Lopes Silva
Recordando com carinho o Lar Escola São Francisco, da rua França Pinto, 783, próximo ao Instituto Biológico. A homenagem aos amigos queridos, alunos da minha turma, alguns partiram desta vida atribulada, para o outro lado da vida de luz e paz.
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