A vida real não mascara a dureza da existência árdua. A vida real é óbvia, não há espaço para utopia. A vida real sem tirar, nem por. Somente um poeta poderia ver poesia, encantos na vida, como se ela fosse um mar de rosas, um verdadeiro paraíso. A vida real é triste e cruel, tirana e madrasta para "Menores abandonados" desprovidos de amor afeto ternura e carinho. "Menores abandonados" são aves sem ninho, entregues a própria sorte, vivendo ao deus dará. "Menores abandonados" vivendo a realidade dura ao enfrentar dragões vorazes em cada esquina da vida. "Menores abandonados" contracenam o drama real no palco da vida. A plateia, a nata da sociedade não veem as feridas abertas dos "Menores", chagas que não cicatrizam se não houver os devidos cuidados. "Menores de rua" desesperançados, ausentes do lar cultivam e se alimentam da revolta. "Menores abandonados sem esperanças criam asas imaginárias e partem em revoada como um bando de andorinhas a caminho do sol. "Menores" rebeldes, revoltados vivem em agonia pelas asperezas da vida, fogem da casa que não representa um lar. A casa nefasta serve de faixada aos olhos da sociedade. "Menores rebeldes" livres da extinta Febem, soltos na rua ouvem a sirene da polícia como um canto de sereia na tentativa de seduzir os "Menores rebeldes".
Texto de: José Maria Lopes Silva
Verso do autor transformado em crônica.
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